quarta-feira, 6 de março de 2013

ESCRAVATURA


Uma das maiores tragédias da história da Humanidade
 

     No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos das suas colónias em África e utilizavam-nos como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste.

     Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos, no Brasil, como se fossem mercadorias. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro dos que eram mais fracos ou mais velhos.

 

Venda de escravos

     Vindos de África, em navios negreiros e transportados em condições desumanas. Os escravos negros eram empilhados no fundo do porão do navio aferrolhados, acorrentados, com receio de que se revoltassem e matassem todos os brancos que iam a bordo. O ar só lhes chegava pelas grades da escotilha ou por pequenas frestas. Havia sentinas, mas muitos tinham medo de perder o lugar e faziam ali mesmo as suas necessidades, de forma que o calor e o cheiro eram insuportáveis. Muitos não resistiam, morrendo asfixiados, exaustos ou doentes durante a viagem e os seus corpos eram atirados ao mar. Chegados ao destino, homens, mulheres e crianças, eram depois vendidos nos mercados de escravos como se fossem animais.

     Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas sanzalas (escuras, húmidos e com pouca higiene) acorrentadas para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo o açoite a punição mais comum.

     Eram proibidos de praticar a sua religião ou de realizar as suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores do engenho e adotar a língua portuguesa na comunicação.

     Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram que a cultura africana se apagasse. Escondidos, realizavam os seus rituais, praticavam as suas festas, mantendo as suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.

     As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores do engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas-de-leite foram comuns naqueles tempos.

     No século XVIII surgiu uma lei que permitia aos escravos comprar a sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns “trocados” durante a vida, conseguiam tornar-se livres. Como tinham um dia livre por semana, o que conseguissem ganhar nesse dia era para eles. Porém, quando os donos pressentiam que eles estavam a amealhar demasiado, cortavam-lhes o dia livre ou ficavam-lhes com o ganho dizendo que se o escravo lhes pertence tudo o que é do escravo lhes pertence também por direito.

     Esta lei não resolvia nada, no fundo, só servia para criar ilusões. Alguns escravos esforçavam-se ao máximo, reuniam o que era preciso e quando iam entregar o saco das moedas julgando que chegara a hora mais feliz das suas vidas, o senhor recusava.

 

                                                  Revolta dos escravos


     Foram comuns as revoltas de escravos nas fazendas.

      Os negros que conseguiam fugir refugiavam-se em locais bem escondidos e fortificados no meio das matas. Estes locais eram conhecidos como Quilombos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi.

     Nestas comunidades, eles viviam de acordo com a cultura africana, plantando e produzindo em comunidade.

     Os quilombos representaram uma das formas de resistência e combate à escravidão. Rejeitando a cruel forma de vida, os negros procuravam a liberdade e uma vida com dignidade, resgatando a cultura e a forma de viver que deixaram em África.

 

Abolição da Escravatura

 

      O primeiro passo foi dado em 1850, com a extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do Ventre-Livre (de 28 de Setembro de 1871). Esta lei tornava livre os filhos de escravos que nascessem a partir da sua promulgação.

      Em 1855, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros com mais de 65 anos. Mas foi a 13 de Maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total foi finalmente alcançada pelos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia de vez a escravidão no Brasil.

 
Trabalho de Leonor Cardoso, nº 17, 6ª G, orientado pela profª Olga Basílio