segunda-feira, 18 de março de 2013

História de Rio Tinto


Rio Tinto é uma cidade e freguesia do concelho de Gondomar que pertence ao distrito do Porto. È uma localidade com 9,5 km² de área e segundo as últimas estatísticas de 2011 tem cerca de 50 713 habitantes.

O nome Rio Tinto tem uma ligação com o rio que atravessa esta localidade havendo uma lenda que explica a origem deste nome. Segundo narra a lenda no início do século IX, os Cristãos ganhavam terreno aos Mouros. Na altura governava o Conde Hermenegildo Gutierres o território da Galiza até Coimbra, tendo como centro o Porto. Contudo, o Califa Abderramão II, com o seu poderoso exército, fez uma violenta investida, cercando a cidade do Porto. O Rei Ordonho II desceu em socorro do seu sogro, o Conde Gutierres, conseguindo afastar os Mouros e perseguindo-os para longe da cidade. Junto a um límpido ribeiro, travou-se a sangrenta batalha. Na memória do povo, ficou o sangue derramado que, de tão abundante, tingiu as cristalinas águas do rio, passando desde então a chamar-se Rio Tinto.

O rio atravessa a freguesia sensivelmente a meio, numa orientação aproximada Norte-Sul. Nasce em Ermesinde, muito perto do limite norte da freguesia e é a principal, e quase única, linha de água que existe na localidade. Durante séculos, o rio forneceu à população água e peixe. As lavadeiras ganhavam a vida nas suas águas, nas margens existiam os moinhos, cujos moleiros disputavam com os lavradores a água das regas. Mais recentemente, durante a última década do século XX, o rio que corre em Rio Tinto foi alvo de um crime ecológico, tendo uma parte considerável da sua extensão sido entubada e enterrada a alguns metros abaixo da superfície do solo, de forma a facilitar a expansão urbanística do pequeno município.

A povoação de Rio Tinto é anterior à criação do reino de Portugal. O lugar pertencia ao antigo julgado da Maia, e identificava-se pela existência de um antigo convento de Agostinhas, atual Quinta das Freiras, fundado em 1062.

D. Afonso Henriques, após a criação do reino de Portugal, protegeu-o dando-lhe foro de couto a 20 de Maio de 1141, foro esse renovado pelos monarcas posteriores. Este couto englobava as aldeias de Vila Cova, Ranha, Rebordãos, Quintã, Triana, Portela, Areosa, Pinheiro, Gesta, Brasileiro, Forno, Santegãos, Carreiros, Medancelhe, Casal, Lourinha, Sevilhães, Perlinhas, Ferraria, Vendas Velhas, Vendas Novas, Cavada nova, São Sebastião, Vale de Flores, Soutelo, Mendalho, Amial e Mosteiro. Em 1801 tinha 2 675 habitantes.

O convento de Agostinhas agora é conhecido pela Quinta das Freiras e atualmente são também as instalações da casa da juventude. Sendo um local de lazer muito acolhedor, com espaços verdes para passeios e tem várias ocupações para os tempos livres. Do mosteiro que caracterizava e dava importância ao couto de Rio Tinto nada resta atualmente. Sabe-se, porém, que foi extinto a 6 de Janeiro de 1535, ficando com os seus privilégios o mosteiro beneditino de Ave Maria no Porto.
Houve também outro local típico na história de Rio Tinto para além do mosteiro que foi o lugar do Monte da Burra que deve o seu nome também à época das guerras. Local de acampamento para os soldados, o Monte da Burra é assim designado porque os burros lá eram enterrados.

Em 10 de Dezembro de 1867, através de um decreto, deu-se a criação do concelho de Rio Tinto. Dele faziam parte sete paróquias civis: Águas Santas, Covelo, Gondomar, São Pedro da Cova, Rio Tinto, Valbom, São Vicente de Alfena e Valongo. Este concelho existiu até 14 de Janeiro de 1868. Em 28 de Junho de 1984 voltou a ser vila, agora com duas freguesias: Rio Tinto e Baguim do Monte. Desde 21 de Junho de 1995, onze anos depois de ter sido elevada a vila, foi oficialmente criada a cidade de Rio Tinto, constituída pelas freguesias de Rio Tinto e Baguim do Monte.

O Brasão de Rio Tinto tem o fundo azul com uma espada espetada no Rio, Tinto do sangue (lenda que atribui o nome da localidade à batalha entre Cristãos e Mouros). À direita da espada, encontram-se 2 espigas (milho e trigo) e, à sua esquerda, uma roda dentada, que lembra a atividade agrícola de outrora, e a segunda que simboliza a indústria que se foi desenvolvendo a partir do início deste século.

O PATRIMÓNIO DE RIO TINTO:

Quinta das Freiras
• Quinta de Campainha - Capela da Nossa Senhora da Conceição Antigo lugar

do mosteiro
• Capela de Nossa Senhora da Conceição
• Capela de Nossa Senhora da Lapa (Rio Tinto)
• Capela de Nosso Senhor dos Aflitos (na Triana e em Rebordãos)
• Capela de Nossa Senhora do Amparo
• Capela de Nosso Senhor do Calvário
• Capela de Nossa Senhora da Ponte
• Capela do Mártir São Sebastião (Rio Tinto)
• Capela de São Joaquim (da Obra ABC)
• Centro Cultural Amália Rodrigues
• Cripta (ou Igreja de Santa Maria de Rio Tinto) junto à Igreja Matriz
• Cruzeiro junto à Igreja Matriz
• Estação de Rio Tinto
• Igreja Matriz de Rio Tinto
• Igreja de Santo António de Corim
• Pelourinho
• Piscinas Municipais
• Prédio da Junta de Freguesia
• Quinta das Freiras
• Quinta do Perdigão (também belo exemplar da quinta dos imigrantes
brasileiros do séc. XIX)
• Quinta do Sá (típica e bela quinta dos imigrantes no Brasil do séc. XIX)


Joana Alexandre Freire 5ºC nº10