Completam-se hoje, dia 1 de fevereiro, 108
anos sobre a data em que um assassinato mudou para sempre os destinos de
Portugal: o Regicídio, quando perderam a vida o rei D. Carlos e
o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe.
D. Luís Filipe e D. Carlos |
Este atentado ocorreu quando o monarca regressava de
Vila Viçosa, no Alentejo, acompanhado pela rainha e pelo príncipe real. Tendo
desembarcado no Terreiro do Paço em direção ao Palácio das Necessidades, o
cortejo real incluía várias carruagens encabeçadas pela família real, na qual
se destacava o Fiat de D. Afonso, o "Arreda", irmão de D. Carlos e
fervoroso adepto dos automóveis.
Família Real Portuguesa |
D. Afonso, Duque do Porto, irmão de D. Carlos |
Pelas
cinco horas da tarde, quando o landau régio contornava a praça em direção à rua
do Arsenal, destacou-se um homem de barbas pretas, o professor primário Manuel
Buiça, que disparou várias vezes sobre o rei D. Carlos, atingindo-o no pescoço,
no ombro e no rosto.
Do lado oposto, um segundo homem, o caixeiro Alfredo Costa,
disparou o seu revólver contra as costa do rei e acabou por também atingir o
príncipe D. Luís Filipe, que entretanto se erguera.
Depois de mortalmente alvejados no Terreiro
do Paço, foi no Arsenal que D. Carlos e D. Luís Filipe deram entrada,
conduzidos na carruagem onde ainda seguiam D. Amélia e o infante D. Manuel.
Rainha D. Amélia |
D. Manuel |
D. Carlos teve morte imediata e D. Luís Filipe terá
falecido na antiga Sala dos Curativos, podendo dizer-se, citando Jorge Morais,
que o príncipe herdeiro foi rei de Portugal por breves minutos.